Na noite desta terça-feira (28), após intensos trabalhos de articulação e cooperação internacional impulsionados pela Polícia Federal nos últimos dias, foi efetuada na Bolívia a prisão do cidadão romeno Michael Luciano Borzas, de 20 anos, investigado pela prática do crime de homicídio ocorrido em 20 de janeiro em um condomínio de Balneário Camboriú.
Além de diferentes órgãos investigativos brasileiros, autoridades do Paraguai, Argentina, Noruega, Bolívia, Peru e Estados Unidos cooperaram na prisão do foragido internacional.
No Brasil, atuaram diretamente nas diligências que levaram à prisão a Polícia Federal, a Polícia Civil de Santa Catarina, a Polícia Militar de Santa Catarina, o CiberGAECO de Santa Catarina e a Polícia Civil do Paraná.
O investigado foi abordado e preso por autoridades policiais bolivianas quando estava na iminência de cruzar a fronteira com o Peru na região de Copacabana. No momento da abordagem, o foragido, que tinha contra si publicada uma difusão vermelha pela Interpol, portava um documento de identidade falso do Peru em nome de terceiro. Na unidade policial para a qual foi conduzido foram efetuados trabalhos investigativos que resultaram em sua correta identificação. Assim, o foragido foi preso em função do uso de documento falso e também para fins de extradição, em atendimento à difusão vermelha.
A busca pelo investigado começou logo após a expedição do primeiro de mandado de prisão em desfavor do investigado em 19 de janeiro, quando foi expedida uma ordem pelo plantão da Vara de Garantias de Balneário Camboriú pela prática de tentativa de homicídio contra sua ex-companheira. No dia seguinte, 20 de janeiro, o romeno teria disparado contra um funcionário da família, o que o levou a óbito, e ferido gravemente sua esposa.
A comunicação formal da detenção ocorreu através dos Escritórios Nacionais da Interpol da Bolívia e do Brasil, que permanecem atuando nos desdobramentos internacionais do caso. O investigado deverá aguardar na Bolívia o trâmite de processo de extradição a ser agora iniciado a partir de iniciativa da Justiça catarinense.
ENTENDA - Tudo começou em junho de 2024, quando Borzas veio para o Brasil pela primeira vez e conheceu a brasileira em Balneário Camboriú. Os dois, então, engataram um romance.
Depois de um mês, ele voltou para a Noruega, país onde morava há alguns anos. Lá, cursava cibersegurança em uma universidade. Em setembro, ele resolveu voltar ao Brasil para manter o relacionamento. Borzas chegou a alugar um apartamento na cidade, mas desde dezembro foi morar na casa da família da moça, local onde o crime ocorreu.
A irmã do romeno chegou a vir para o Brasil e ficou hospedada na casa por alguns dias.
No dia 7 de janeiro, a jovem saiu de Balneário Camboriú para levar o namorado ao aeroporto de Florianópolis, lá, ele embarcaria para o Rio de Janeiro/RJ, para passar alguns dias com a irmã e, então, voltar para a Noruega.
O plano inicial era que a namorada fosse para Europa, onde faria um intercâmbio nos próximos meses e seguiriam o namoro por lá.
No dia 20 de janeiro, Borzas foi visto entrando em um condomínio de luxo de Balneário Camboriú. Imagens de câmeras de segurança mostram o romeno indo até a casa da família da ex-namorada. Ao não encontrá-la no local, ele atirou e matou um funcionário, além de ferir gravemente a esposa do homem, também funcionária da casa. Em seguida, ele ateou fogo no local e fugiu.
O motivo foi não ter aceito o fim do relacionamento de 8 meses com a sua namorada, brasileira moradora de Balneário Camboriú. Eles haviam se conhecido pela internet e Borzas veio morar com ela no Brasil.
O marido da funcionária morreu no local após ser baleado. Já a funcionária também levou um tiro e segue internada no Hospital Marieta Konder Bornhausen.
A ex-namorada do romeno segue com medo e pede por justiça.
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