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Terça-feira, 28 de Novembro de 2023

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Pórtico Turístico de Camboriú levará o nome do saudoso Euclides Vechi

Aprovado na Câmara, oprojeto de lei segue agora para sanção do Poder Executivo

Pórtico Turístico de Camboriú levará o nome do saudoso Euclides Vechi
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Em sessão ordinária realizada na noite desta terça-feira, 19 de setembro, a Câmara de Vereadores de Camboriú aprovou o Projeto de Lei Nº 79/2022, de autoria do Vereador Ewerson Umbelino, que nomeia o novo pórtico da cidade como Pórtico Turístico Euclides Vechi - Kido. A sessão contou com a presença dos familiares do homenageado. O projeto de lei segue agora para sanção do Poder Executivo. 

Euclides Vechi, foi músico, compositor e servidor público em Camboriú, Santa Catarina. Nasceu em Brusque, em 2 de dezembro de 1950, sendo o primeiro dos quatro filhos de Modesto Vechi e Anna Vignoli Vechi. Veio ao mundo já acolhido por mais 12 irmãos, frutos do primeiro casamento do pai. 

Modesto era viúvo quando se casou com Anna. Euclides, carinhosamente chamado de Kido, morou em Camboriú com a família desde os 4 anos de idade. Nesta época, os Vechi já sabiam que o garoto loirinho de olhos azuis teria dificuldades para caminhar ao longo da vida, pois foi acometido pela poliomielite com apenas 1 ano, meses antes de existir a vacina disponível. 

Apesar da limitação motora, seu pai logo percebeu nele uma habilidade fora do comum: o ouvido musical do menino. Com apenas 5 anos, Kido observava os gaiteiros na cidade e pedia para alcançar as teclas do acordeon a fim de imitá-los. 

Mesmo tão pequeno, Kido ganhou uma gaita do pai e, como a dona Anna confirmou até o fim da vida, o menino aprendeu as notas de "Beijinho Doce" em questão de uma semana, para a surpresa de todos. 

Mas a canção que seria a sua preferida no acordeon era "Canarinho Prisioneiro", muito apreciada também pelo pai, o Seu Modesto. Na escola, Kido contornava os efeitos da paralisia infantil. Queria apenas ser um menino como todos os outros. 

E, na educação física, era o primeiro goleiro de muleta de que se tinha notícia em Camboriú. Era competitivo e rodeado de muitos amigos, como ele mesmo sempre afirmou. 

Ainda menino, Kido tocava e cantava nas tardes de domingueiras. Com a gaita a tiracolo e a voz potente, ele resolveu fundar a sua própria banda. Em 1969, nascia o conjunto "Os Fantásticos", uma história de amor à música que se confunde com parte da memória de Camboriú. Kido dividia o palco, entre outros integrantes, com o irmão, baterista e parceiro de vida José Isair Vechi, o Boneco. 

O grupo logo virou "Kido Som 4" e deu palco ao talento de dezenas de camboriuenses, além de muitos jovens estudantes do Colégio Agrícola, em suas passagens pela cidade. 

Nos anos 70 e 80, o Kido Som 4 tocava em todo o Litoral Norte. Somente no Salão do Gustavo, em Camboriú, foram 17 carnavais. De tanto amar a cidade, Kido também a tornou cenário das suas composições. 

Canções como "Camboriú tua praça", "Rosana" e o "Hino a Camboriú" são suas conhecidas homenagens aos Imigrantes, à Praça das Figueiras e a este pedacinho de chão. A veia poética veio da leitura. 

Kido foi servidor da Prefeitura Municipal de Camboriú durante 28 anos, até 1997, a maior parte deles como bibliotecário. Chegou a cursar um ano e meio da faculdade de letras, mas o serviço público e a música falavam mais alto. 

Não raro, "crianças" daquela época vêm contar à família que o Kido ajudou a alfabetizá-las ou a fazer os deveres na mesa da biblioteca. Nos anos 90, ele trabalhou na Secretaria de Educação e foi Diretor de Cultura do município. 
Acompanhou corais infantis nas escolas, tocou com movimentos de terno de reis e boi de mamão. Depois de encerrado o Kido Som 4, em 1988, Kido passou a se dedicar à musica nas comunidades católicas de Areias e do Centro, animando com o teclado as celebrações, mas também muitos casamentos e festas da Igreja. 

Casado desde 1981 com Reginalda Vieira Porto Vechi, Kido constituiu uma família feliz e transmitiu às duas filhas, Sicilia e Hortênsia, o seu amor por Deus, pela família, o gosto pela música e pelas letras. 

Como alguém de grande inteligência, com uma memória que se podia chamar de enciclopédica, ele extraiu dos seus talentos e do bom coração um bem muito maior por onde passou, o de aconselhar e encaminhar as crianças e os jovens para os estudos, de encorajá-los para o futuro. 

Em 2015, veio a descoberta do mal de Parkinson, e, em agosto de 2017, um AVC, que o deixou acamado, sob cuidados e muito amor de sua família, até vir a falecer, em 14 de agosto de 2022, às 7oras da manhã de Dia dos Pais.

FONTE/CRÉDITOS: Mateus Silva/Comunicação CVC
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