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Sabado, 18 de Janeiro de 2025

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Reunião da CPI do Saneamento em Balneário Camboriú expõe situação catastrófica na Estação de Tratamento de Esgoto

Reunião da CPI do Saneamento em Balneário Camboriú expõe situação catastrófica na Estação de Tratamento de Esgoto

Reunião da CPI do Saneamento em Balneário Camboriú expõe situação catastrófica na Estação de Tratamento de Esgoto
Fotos: Charles Camargo/ CVBC
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Nesta quinta-feira (7), a Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú realizou as primeiras oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o saneamento da cidade. Três testemunhas foram ouvidas, trazendo dados que revelam a realidade preocupante sobre a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e seus impactos no meio ambiente e na saúde pública.

A primeira testemunha, o engenheiro ambiental do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Wagner Cleyton Fonseca, apresentou um cenário "catastrófico" sobre a ETE. Segundo ele, fiscalizações realizadas na estação evidenciaram uma série de irregularidades, incluindo momentos em que não havia operadores no local.

Wagner destacou que a Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA) chegou a propor alternativas ao IMA, como a retirada da geomembrana da lagoa de tratamento, mas essas sugestões foram rejeitadas pelo órgão ambiental e pelo Ministério Público.

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"Em janeiro de 2020, fiz minha primeira fiscalização na ETE e já constatei problemas na lagoa de aeração. Em março do mesmo ano, a EMASA admitiu ao IMA a situação. Todas as etapas do tratamento apresentavam falhas. Em março de 2021, o IMA liberou a licença para a substituição da geomembrana, que deveria ter ocorrido no mesmo ano. Solicitamos também que a troca fosse feita fora da temporada. Como resultado dessa demora, houve poluição no Rio Camboriú, prejuízos à fauna aquática e a falta de balneabilidade da Praia", explicou.

A segunda a depor foi a bióloga Alinne Petris, que apresentou dados científicos de sua tese de doutorado, indicando a presença de bactérias fecais na água da Praia Central e no Rio Camboriú, capazes de causar doenças. Em seu estudo, Alinne comparou amostras do Rio Camboriú em dois pontos distintos: no limite entre Camboriú e Balneário Camboriú e na saída da ETE de BC. De acordo com suas análises, o nível de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), um indicador de poluição orgânica, era significativamente maior na água coletada em Balneário Camboriú.

"Eu e o vereador Lucas Gotardo fizemos uma coleta na divisa entre Camboriú e Balneário Camboriú e também na saída da ETE de BC. Uma das análises que realizamos foi a de DBO, e na saída da Estação o índice foi de 193,53 mg/l, enquanto entre BC e Camboriú foi de -3 mg/l. O máximo permitido pela legislação é 120 mg/l. Embora Camboriú também tenha sua parcela de responsabilidade por não tratar o esgoto, a falta de eficiência na estação de BC contribuiu muito mais para a situação", afirmou a bióloga.

Finalizando a reunião, Vinícius de Oliveira, ex-gerente de expansão da EMASA entre 2017 e 2018, afirmou que, durante sua gestão, havia projetos planejados para a ampliação da estação de tratamento. "Em 2018, alguns meses após minha saída, a EMASA conseguiu a Licença Ambiental de Operação da ETE, pois atingimos 98% de eficiência. O diretor-geral na época (de 2017 a 2018), Carlos Haacke, era uma pessoa técnica e dava bastante liberdade para que trabalhássemos. O que vejo é que o andamento das obras para melhorar a ETE não teve prosseguimento", comentou.

A próxima reunião da CPI foi marcada para a quinta-feira (14), às 14h, no plenário da Câmara de Vereadores. Ainda serão ouvidos na CPI: Carlos Haacke (ex-diretor-geral da Emasa), Caio Cardinali (analista químico da Emasa), Sérgio Juk (ex-diretor-técnico da Emasa), Alexandre Guislote Motta (ex-diretor-técnico e atual diretor-geral da Emasa), Ricardo Guido Barbieri (ex-gerente de operações da Emasa) e Douglas Costa Beber Rocha (ex-diretor-geral da Emasa).



FONTE/CRÉDITOS: Gabinetes vereadores André Meirinho e Lucas Gotardo
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