“Filhos de Nero”, de Matias Ardanz e Gilson Ferreira de Oliveira Junior, foi levada ao palco pela cantora peruana Nicole Ruju, moradora de Santa Catarina, escolhida como Melhor Intérprete do festival. Além do primeiro lugar, a composição recebeu o troféu de Melhor Arranjo.
Em segundo lugar, ficou “Zarabatana”, composta e interpretada pelo cantor e ator Rizzih. O artista de Itajaí, famoso por dar vida à personagem Dete Pexera, ganhou também como Melhor Artista Solo e Melhor Letra.
De Santa Rosa do Sul, veio o terceiro lugar: “A Mentira Bem Contada”, composição de Weskley Raupp de Oliveira. A música foi apresentada pela Barba Rala, que venceu como Banda Revelação (confira no fim do texto a relação das campeãs e a letra das três vencedoras).
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Promovido pela Prefeitura, por meio da Fundação Cultural, o festival premia composições de estilo livre, originais, inéditas, em língua portuguesa e de autores maiores de 18 anos de todo o Estado. O evento tem apoio de empresas e entidades selecionadas por um edital público.
Na noite da final, o Teatro Municipal Bruno Nitz quase lotou, com a presença de 320 pessoas, incluindo músicos participantes (a capacidade do teatro é de 345 pessoas sentadas). Trinta canções disputaram a premiação, escolhidas depois da avaliação e pontuação de 158 trabalhos inscritos e validados. Foram premiados com dinheiro os três primeiros colocados. A soma dos valores é superior a R$ 55 mil. Já melhor intérprete, melhor instrumentista, melhor letra, melhor arranjo, artista revelação, banda revelação e melhor artista solo ganharam troféu.
Vencedores do 13º Festival da Canção de Balneário Camboriú
1ª Filhos de Nero – Matias Ardanz
2ª Zarabatana – Rizzih
3ª A Mentira Bem Contada – Barba Rala
Melhor Artista Solo – Rizzih (Canção Zarabatana)
Artista Revelação – DAPPER (Canção Indiferença)
Melhor Instrumentista – Eliezer Vieira (Canção Duas Mãos)
Melhor Letra – Zarabatana
Melhor Arranjo – Filhos de Nero
Melhor Intérprete – Nicole Ruju (Canção Filhos de Nero)
Banda Revelação – Barba Rala (Canção A Mentira Bem Contada)
FILHOS DE NERO
De onde vem a fome
Que a terra quer comer
De onde vem a sede
Que os rios vêm sorver
Cobrem os seus corpos
desnudam montanhas
Povo da mercadoria
De almas tão tacanhas
O azul vestiu cinza
E o verde avermelhou
Fumaça de epidemia
Desde quando aqui pisou
Essa terra que é sagrada
Vieram profanar (asi!)
Queimada queimada queimada
Que mata a mata mata mata a mata
Ninguém apaga apaga apaga apaga
Filhos de Nero essa loucura quem que paga?
O alarme que toca alto
se ouve longe, muito mal
em frente nossas portas
se diz o novo normal
Não negue, nem delegue
Ouça bem essa canção
Sem os povos da floresta
Logo céu virá ao chão
O azul vestiu cinza
E o verde avermelhou
Fumaça de epidemia
Desde quando aqui pisou
Essa terra que é sagrada
Vieram profanar (asi!)
Queimada queimada queimada
Que mata a mata mata mata a mata
Ninguém apaga apaga apaga apaga
Filhos de Nero essa loucura quem que paga?
Essa secura anda dura a faísca é arisca
A fumaça arregaça o pulmão de uma nação
sua ganância em abundância cansa toda esperança
Não há perdão pra sua alucinação
Filhos de nero, sua loucura é maldição
ZARABATANA
Fala direito menino
Anda direito menino
Engrossa a voz estufa o peito
Cruza a perna direito
O que há de errado contigo?
Trejeitos tão femininos
Olhar silvestre ferino
Na prole o filho com defeito
Leite azedo no peito
Piada vil do destino
Filho do Brasil
Num terreno baldio
Acharam o corpo de um menino
Apedrejado pelo ódio
Mal nascido mal criado
O menino desviado
Morreu porque pediu
A morte que o pariu
Que apagou da chama o lume
Defendia o amor de Deus
A moral e os bons costumes
Pervertido, depravado
Na família sempre um fardo
Anti-anjo alado
Vou desviando
Da zarabatana da morte
Pele de camaleão
Eu escrevo minha sorte
Por um fio, filho do Brasil
Sigo vivo
Rindo na cara do perigo
Desviando
Da zarabatana da morte
Pele de camaleão
A escuridão me fez mais forte
Filho do Brasil
Sigo vivo
Rindo na cara do perigo
A MENTIRA BEM CONTADA
Em um universo de faz de conta
Estranho seria viver
No conto de bruxas da vida normal
O surreal é real
Do outro lado do mundo você pode ver
Quem estava do seu lado você mal ouviu
Todos conectados, nenhuma conexão
O começo do fim, o fim da iniciação
Já ouvi dizer que o pior cego
É aquele que não quer escutar
A verdade que nos falta
A mentira bem contada
Habitamos uma terra de chacais
Desconhecidos rotulados por sinais
Onde o vazio é quem preenche
Questione, aprenda mais, viva a vida, ocupe a mente
Insatisfação, sorriso lindo no rosto
Essência adormecida, talvez destruida
Cópias não-felizes com sua felicidade
Olha que dia lindo e o sol sem brilhar
Já ouvi dizer que o pior surdo
É aquele que não quer enxergar
A verdade que nos falta
A mentira bem contada
A verdade que nos falta
A mentira bem contada
A verdade que nos falta
A mentira bem contada
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